26 agosto, 2015

Resenha: Mar da tranquilidade


Título: Mar da tranquilidade
Autora: Katja Millay
Editora: Editora Arqueiro

Sinopse: Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, ela se muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele. A história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos que Nastya esconde – ou se é isso mesmo que ele quer.


Nastya acabou de se mudar pra casa da tia Margot, há dois anos e meio a vida de Nastya mudou e desde então ela não é a mesma pessoa. Ao entrar em um novo colégio, Nastya prefere a solidão, e mesmo sem falar com ninguém ela ainda consegue chamar a atenção de algumas pessoas, contra sua vontade é óbvio.

Algumas dessas pessoas inclui Drew e seu melhor amigo Josh Bennett. Porém, Josh não tem muitos amigos e todos costumam respeitá-lo, Nastya logo fica intrigada com Josh e tenta descobrir o porquê disso, meio sem querer os dois acabam se tornando amigos. Nastya descobre que Josh tem uma história tão trágica quanto a sua, o que talvez trate de uni-los.

Mesmo quando os dois se envolvem, Nastya ainda guarda segredos de seu passado, do qual Josh não conhece. Segredos que impactarão a relação dos dois, e farão Josh se perguntar se realmente conhece a garota que sente ter se apaixonado.

Mais explicações poderiam entregar alguns spoilers, sobretudo, a verdade é que existem poucas palavras que definam este livro devido a grande carga emocional que ele contém. Confesso que no começo tive a impressão que a narrativa estava muito monótona, havia muitas perguntas sobre os personagens e a história parecia nunca andar. Porém, quase na metade do livro a história engata e me envolvi fortemente nos sentimentos dos personagens.

Nastya e Josh tentam sobreviver em meio a muitas dores, mágoas do passado e as questões do presente. O romance entre os dois protagonistas é um dos pontos mais belos do livro, mas em relação a escrita de Katja ele consegue ficar de lado. Katja escreve com tamanha habilidade que ao término do livro você fica bobo. Todas as cenas e os mistérios que antes não faziam sentido nenhum, ao chegar nas páginas finais você percebe como toda a história está harmonicamente encaixada.

"As pessoas gostam de dizer que o amor é incondicional, mas isso não é verdade. E mesmo que fosse, o amor nunca é de graça. Sempre vem acompanhado de uma expectativa. Todo mundo sempre quer algo em troca. Tipo, querem que você seja feliz, ou o que for, e isso nos torna automaticamente responsáveis pela felicidade dos outros, porque eles não serão felizes ao menos que você também seja. Você tem que ser quem eles pensam que tem que ser e sentir do jeito que eles pensam que tem que sentir, porque eles amam você. E quando você não consegue dar o que eles querem, eles ficam infelizes, e aí você também fica infeliz e todo mundo fica infeliz. Eu só não quero ter essa responsabilidade."

O livro é muito bem elaborado, e as palavras são usadas de uma forma extremamente real e instigante. Katja descreve o estado de espirito de seus personagens perfeitamente. E mesmo com todos os defeitos dos personagens, os seus erros e todas as suas dores, você consegue amá-los. Toda a história em si é voltada aos traumas e o drama dos personagens, mas ainda assim há espaço para o amor, a superação, o perdão, e o leitor também consegue entender isso e senti-lo. É um livro difícil de se descrever. Acima de tudo é um livro criado com a finalidade de impactar e emocionar os leitores. E o seu objetivo foi alcançado com sucesso.

1 comentários:

  1. Olá, Débora.
    Já li, Mar da Tranquilidade e até hoje não tenho palavras para definir o quanto amo essa história.
    Concordo com você, é brilhante a forma como a autora desenvolveu esses personagens tão imperfeitos, porém fortes e reais. Mar da Tranquilidade foi bem mais que um drama para mim... ele foi um livro que me mudou muito por dentro e aprendeu a ser mais forte.
    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

 
Feitas de Papel - 2014. Todos os direitos reservados. Criado por: Juliana Moreno.Tecnologia do Blogger. imagem-logo